É controvertida a origem etimológica da palavra jerico. Há quem a atribua ao
latim gero, is, andar com, trazer em cima do corpo. Na verdade, é o equus
asinus, jumento. Na região nordeste do Brasil, jerico é o mesmo que mula. Vem
daí a expressão idéia de jerico, a que designa alguma idéia tola, já que,
figurativamente, jumento é o indivíduo imbecil. Outro exemplo em que se explica
uma alternativa para a origem da palavra jerico se encontra no vocábulo
Jericoacoara, praia no litoral leste do Ceará, cujo nome indígena significa
jerico/mula+ acoara/abrigo, lugar onde as mulas descansam. Outra interpretação
sustenta que jerico significaria jacarée acoara seria ao sol, daí derivando o
verbo coarar, como em a roupa coarando no varal, jericoacoara ou jacaré ao sol.
Na cidade de Alto Paraíso, perto de Ariquemes, em Rondônia, jerico é o veículo
caseiro construído com peças de todos os tipos de carros e motores quase sempre
adaptados de geradores elétricos de pequeno porte. Na maioria das vezes, nem
possuem paralamas, pára-choques, pára-brisas e nem mesmo assento. Alto Paraíso é
conhecida como a capital mundial dos jericos motorizados. Anualmente, acontece
lá um evento que atrai gente de várias partes do país, a Corrida Nacional de
Jericos Motorizados, transmitida pela Rede Globo no programa Globo Esporte. E
nunca é demais lembrar daquele sujeito que um dia apareceu em Brasília, diante
do Palácio do Planalto, montado num veículo inventado por ele e que chamou de
Jericar, equipado com faroletes, buzina e outros badulaques que causaram
curiosidade e algum espanto. Viva a imaginação de nossa gente...
CAMERUM — País africano conhecido erroneamente no Brasil como Camarões, sobretudo pelo destaque de sua equipe de futebol em competições internacionais. Só que, na verdade, seu nome correto é Camerum. Um pouco de história: no século 15, os navegadores portugueses chamavam o estuário do rio Wuri de “rio dos camarões”, pela abundância de um certo crustáceo parecido com o camarão — apenas parecido. Mais tarde, no preríodo em que foi colônia alemã, a região era chamada de Kamerum. Em 1961, adotou o nome oficial de República do Camerum, em homenagem ao explorador inglês Verney Lovett Cameron, que andou muito tempo por lá e se tornou importante figura no país. Quanto aos camarões — também chamadas de baratas do mar (glup!) —, apesar da repulsiva designação, continuam sendo uma iguaria festejada nas melhores mesas do mundo... TATUAPÉ — Distrito da subprefeitura da Mooca, na região sudeste da cidade de São Paulo. Segundo os ditos populares, o berço essa curiosa palavra provém de uma conversa entre caçadores, que discutiam sobre a conveniência de caçar o tatu a pé. Outros sustentam que o nome surgiu quando os moradores da parte baixa do lugar, próxima a um rio, ao referirem-se às caçadas de tatu na parte alta, de mata mais densa, diziam ser isso possível só indo a pé. Segundo o professor Silveira Bueno, da USP, Tatuapé é de origem tupi-guarani e significa o caminho do tatu, com a seguinte explicação do tupinólogo J. David Jorge: taé casco, couraça; tu, denso, grosso, ou seja, animal de casco espesso; e apé, caminho. Logo, Tatuapé significaria caminho do tatu, definição extraída de seu livro “O tupi em São Paulo”. A escola de samba Acadêmicos do Tatuapé, no último Carnaval, foi a segunda a desfilar no Sambódromo paulistano. Entrou na avenida tendo como enredo a origem do nome do bairro e, por isso, abriu o desfile com a comissão de frente usando fantasias de tatus. No Tatuapé fica a sede do Sport Club Corinthians Paulista, o segundo mais popular do Brasil, com cerca de 25 milhões de torcedores – mas a explicação da origem do nome do Corinthians fica para a próxima semana... ● ● ● O amigo médico Dr. Luiz Cláudio Stawiarski, de Brasília, DF, traz valiosa informação sobre o berço da palavra esmoler, aquele que vive de esmolas, mendigo, pedinte. Esmola vem do latim eleemosyna, vocábulo que evoluiu ao longo dos anos, passando por elemosna, elmosna, esmolna, esmonla, esmolla, até chegar aos dias de hoje como esmola, a dádiva caritativa que muita gente, penalizada, coloca nas mãos do esmoler. Mas o curioso vem agora, quer ver?
Chama-se supinador o músculo do antebraço
que faz a supinação, do latim supinare, pedir esmola. E daí?, dirá você. Daí
que, ao girar o antebraço para fora, a palma da mão fica voltada para cima. Pois
então, essa não é a maneira como todo mendigo pede esmola? Vivendo, aprendendo e
se surpreendendo...
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segunda-feira, 23 de julho de 2012
IDEIA DE JERICO
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