É não perder tempo, fazer rapidamente. Tem a ver com o pão matinal da primeira
refeição, pois o advérbio rente exprime proximidade,
vizinhança, mas também constância, assiduidade. “O carro passou rente ao
meio-fio”, “Prometo chegar bem na hora da festa, rente como pão quente”. A
expressão tem tudo a ver com pressa e pontualidade, características não muito
comuns em nossa gente tupiniquim. Faz lembrar a linda e saudosa Marilyn Monroe:
“O dia eu sempre acerto, o problema é a hora...” ou a assessora da grande Sarah
Bernhardt : “Madame, quando a senhora quiser serão oito horas” . . .
Entre nós, essa atitude leniente – e meio irresponsável – é bem diferente do que aprendemos com JK em seu esfuziante governo, que trabalhava “em ritmo de Brasília”. Depois dele, mergulhamos na pasmaceira quelônia e burocrática em que os processos não andam no Judiciário, dormem nas gavetas do Legislativo e emperram no Executivo, evocando este hilário adágio de Millôr Fernandes: “Não deixe para amanhã o que você pode fazer depois de amanhã . . .”
RAPADURA – Esse doce feito a partir do caldo de cana após a moagem, fervura, moldagem e secagem, de sabor dulcíssimo e peculiar, tem seu berço no século 16 nas Ilhas Canárias e foi exportado para a América hispânica no século 17, época de grande expansão açucareira. Também chamada de raspadura, a guloseima ganhou esse nome por se ter originado das raspas dos tachos em que se produzia o açúcar. Depois de moldadas em forma de tijolos, seguiam para a mesa dos escravos, tornando-se alimento importante no cardápio dos negros. Como seu preço é baixo, virou um dos itens mais populares da cozinha nordestina, predileção que divide com a farinha de mandioca. A vinculação do alimento às camadas de pouco poder aquisitivo e a aparência rústica dos tabletes da rapadura respondem por um rótulo ainda hoje recorrente: comida de pobre. De fato, nos tempos do Brasil Colônia, a rapadura era preterida pelas compotas e pela deliciosa doçaria portuguesa. Uma curiosidade: o consumo da rapadura no Brasil é de 1 quilo por habitante/ano. O maior consumidor mundial é a Colômbia, com 25 quilos por habitante/ano. Para os diabéticos, um tormento privar-se dela, pois é veneno para a saúde. Nada a fazer senão lamentar . . . DESCAMINHO – Muitas vezes sabemos pela mídia que criminosos do colarinho branco são presos acusados de peculato, formação de quadrilha descaminho, etc. Descaminho? O que é isso? É o desvio do caminho correto, do respeito pelas regras morais. Mais especificamente, trata-se da sonegação de impostos ou de direitos alfandegários. Consiste na importação ou exportação de mercadoria permitida por lei, mas com fraude na tributação pelo não recolhimento dos impostos devidos.
Nesse caso, cabe ao Estado o direito e o dever de cobrar, através de ação penal. Exemplo de descaminho é o transporte de gasolina da Venezuela para o Brasil, com evidente vantagem para quem negocia o produto em terras nossas, pela grande diferença de preço entre os dois países. Lá, na bomba, custa quase dez vezes menos que aqui. Como em outros casos, não se sabe que transgressores de descaminho já foram punidos em nosso país. É que a impunidade continua sendo uma das maiores vergonhas brasileiras . . .
Entre nós, essa atitude leniente – e meio irresponsável – é bem diferente do que aprendemos com JK em seu esfuziante governo, que trabalhava “em ritmo de Brasília”. Depois dele, mergulhamos na pasmaceira quelônia e burocrática em que os processos não andam no Judiciário, dormem nas gavetas do Legislativo e emperram no Executivo, evocando este hilário adágio de Millôr Fernandes: “Não deixe para amanhã o que você pode fazer depois de amanhã . . .”
RAPADURA – Esse doce feito a partir do caldo de cana após a moagem, fervura, moldagem e secagem, de sabor dulcíssimo e peculiar, tem seu berço no século 16 nas Ilhas Canárias e foi exportado para a América hispânica no século 17, época de grande expansão açucareira. Também chamada de raspadura, a guloseima ganhou esse nome por se ter originado das raspas dos tachos em que se produzia o açúcar. Depois de moldadas em forma de tijolos, seguiam para a mesa dos escravos, tornando-se alimento importante no cardápio dos negros. Como seu preço é baixo, virou um dos itens mais populares da cozinha nordestina, predileção que divide com a farinha de mandioca. A vinculação do alimento às camadas de pouco poder aquisitivo e a aparência rústica dos tabletes da rapadura respondem por um rótulo ainda hoje recorrente: comida de pobre. De fato, nos tempos do Brasil Colônia, a rapadura era preterida pelas compotas e pela deliciosa doçaria portuguesa. Uma curiosidade: o consumo da rapadura no Brasil é de 1 quilo por habitante/ano. O maior consumidor mundial é a Colômbia, com 25 quilos por habitante/ano. Para os diabéticos, um tormento privar-se dela, pois é veneno para a saúde. Nada a fazer senão lamentar . . . DESCAMINHO – Muitas vezes sabemos pela mídia que criminosos do colarinho branco são presos acusados de peculato, formação de quadrilha descaminho, etc. Descaminho? O que é isso? É o desvio do caminho correto, do respeito pelas regras morais. Mais especificamente, trata-se da sonegação de impostos ou de direitos alfandegários. Consiste na importação ou exportação de mercadoria permitida por lei, mas com fraude na tributação pelo não recolhimento dos impostos devidos.
Nesse caso, cabe ao Estado o direito e o dever de cobrar, através de ação penal. Exemplo de descaminho é o transporte de gasolina da Venezuela para o Brasil, com evidente vantagem para quem negocia o produto em terras nossas, pela grande diferença de preço entre os dois países. Lá, na bomba, custa quase dez vezes menos que aqui. Como em outros casos, não se sabe que transgressores de descaminho já foram punidos em nosso país. É que a impunidade continua sendo uma das maiores vergonhas brasileiras . . .
www.marciocotrim.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário