História ligada à colonização
Bebida à base da cana-de-açúcar, serviu como moeda no comércio de escravos
A cachaça foi o primeiro destilado da América Latina e sua história pode ser confundida com a própria história do Brasil. Ela surgiu no tempo da colonização portuguesa, descoberta ao acaso por volta de 1530 e 1550. Algumas versões apontam a cachaça como moeda de escravo e que surgiu na moagem da bagaceira e fermentação para o surgimento de uma bebida à base da cana-de-açúcar.
Dados históricos falam da bebida como suplemento para animais e escravos que deixavam a borra do melaço de cana fermentar por alguns dias e daí extraíam a aguardente. Os escravos realizavam a colheita da cana-de-açúcar e, cozinhavam o caldo em grandes tachos até que o líquido se transformasse em melado.
Durante esse proceso um líquido grosso era fabricado, e chamado de cagaça. Era de costume oferecer esse material junto com as sobras da cana para os animais. Essa rotina de produção fazia com que a cagaça fermentasse. Há quem diga que os animais foram os primeiros a experimentar a cachaça brasileira como suplemento alimentar.
Outras versões falam da mistura que os escravos faziam de melaço velho e fermento com um melaço do dia seguinte. Esse processo provocava a evaporação do líquido que se formava no teto da senzala fazendo com que caísse sobre os ferimentos das costas dos escravos, daí o nome "aguardente".
A cachaça aparecia em textos históricos como "vinho de cana" e consumida apenas por escravos. Mas a popularização foi tamanha que a bebida ganhou as mesas dos colonizadores e substituiu as bebidas caras importadas da Europa.
Atualmente, a cachçaça ganhou o mundo e está presente em mais de 50 países. Originalmente brasileira, ela faz parte do grupo de destilados mais consumidos no planeta.
Um destilado de qualidade
Bebida é tida como alto padrão e mercado interno é o grande consumidor
A cachaça é considerada uma das bebidas mais consumidas no Brasil e no mundo. De acordo com dados da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), ela perde apenas para a cerveja, que ainda detém 88,8% do mercado. A cachaça leva sozinha 6,6% do bolo, enquanto os outros destilados somam 4,6% do mercado brasileiro. A bebida é tida como de alto padrão e possui detalhes que vão desde à fabricação por pequenos produtores artesenais, que somam a grande maioria dos fabricantes no país, às grandes destilarias.
Pernambuco é o segundo principal estado produtor de cachaça do país, ficando atrás apenas de São Paulo. As empresas da região têm encarado a cachaça como bebida de alto padrão e avistado o setor como peça fundamental da economia. "Pernambuco tem na produçao de cachaça uma importante atividade econômica e com uma grande contribuição, tanto no cenário nacional quanto no internacional", avalia Carlos Lima, presidente do Instituto Brasileiro de Cachaça (Ibrac). "Ela não deixa a desejar para nenhum destilado produzido mundialmente".
Quando se fala na produção em nível nacional, 99% dela são consumidos pelo mercado interno.
São 40 mil produtores da bebida, com cerca de quatro mil diferentes marcas. Dos 40 mil, apenas 1% é de grandes produtores. O Brasil tem capacidade para produzir 1,2 bilhão de litros por ano.
"Branquinha" famosa
A Pitú conquista o mercado internacional e está presente em mais de 50 países
Muita gente que gosta de cachaça certamente não imagina a dimensão que a bebida tomou com a instalação de grandes indústrias e o melhoramento da qualidade. Em Pernambuco, a "branquinha", produzida em grande escala pela Pitú, é produto exportação para todos os continentes. No mercado há mais de 70 anos, direto de Vitória de Santo Antão, e a segunda maior produtora de cachaça do país, ela presente em mais de 50 países mostrando o quanto é importante para o comécio local e do estado.
Com uma produção anual de 86 milhões de litros para o mercado interno e 2,5 milhões para o externo, Pitú é a líder de mercado no Nordeste e no quesito exportação é a preferida dos alemães.
Fonte:
Informe Publicitário. Diário de Pernambuco. Sexta-feira, 30 de dezembro de 2011.
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