Quem já não ouviu ou pronunciou essa expressão no sentido de proteger ou fazer vista grossa para determinado fato? Se você tem desconfiança - por ouvir dizer - de que a frase esteja relacionada ao ato judaico de abençoar alguém ao mesmo tempo em que pronuncia breve oração em hebraico, está redondamente correto.
De fato, era costume judaico abençoar cristãos-novos - os judeus forçados a converter-se ao Catolicismo - passando a mão pela cabeça da pessoa abençoada e descendo por sua face enquanto pronuncia a benção.
Noutra acepção, esta bem brasileira e atual, é perdoar malfeitorias, deixar passar, melhor dar tempo ao tempo, coisas assim, que relevam, contornam problemas, postergam soluções que, por assim dizer, passam aborracha no passado recente e remoto e fazem tocar a vida para a frente.
Nos dias de hoje, sob a avalanche de denúncias que vem indignando e escandilando o país, passar a mão pela cabeça dos pilantras tem sido hábito até tido como normal, dada a epidêmica leniência que tem contaminado a vida nacional. Talvez nem a benção de um rabino dê jeito...
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