terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

COMPANHEIRO&ALARME

 A palavra "companheiro", cognata em muitas línguas (companion em inglês; compañero em espanhol; copain em francês, compagno em italiano) vem do latim "Companionem," derivado de Con = com + Pan = pão ou seja, "aquele com quem se compartilha o pão".

 A palavra "companheiro", cognata em muitas línguas (companion em inglês; compañero em espanhol; copain em francês, compagno em italiano) vem do latim "Companionem," derivado de Con = com + Pan = pão ou seja, "aquele com quem se compartilha o pão".

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

EVOLUÇÃO

  Embora a palavra "evolução" pareça estar intimamente ligada a Charles Darwin, ele usou a palavra apenas uma vez, no parágrafo final de sua famosa obra "A Origem das Espécies", de 1859. Darwin preferia o termo "descendência com modificação", em parte porque "evolução" pressupunha uma idéia de progresso, e não de adaptação, que era o foco de sua teoria. Na verdade, a palavra evolução, cognata em várias línguas, vem do latim evolutionem, que significava o desenrolar de um documento ou livro como os escritos em pergaminhos. O significado que hoje damos à palavra evolução --de desenvolvimento, transformação, ou mesmo progresso, deriva da concepção metafórica de evolutionem como revelação ordenada daquilo que supostamente "já está escrito".

PECADO

  A palavra "Pecado”, igual no espanhol e semelhante no francês (péché) e italiano (peccato) vem do Latim peccatus, particípio de peccare, que originalmente tinha o sentido de tropeçar, passando a significar "cometer uma falta" e, somente bem mais tarde, quando os romanos se tornaram cristãos, adquiriu o signifiado atual. Na doutrina católica, os pecados mais conhecidos são o pecado original (cometido por Adão e Eva) e os sete pecados capitais, geradores de vícios (soberba, avareza, inveja, ira, luxúria, gula e preguiça). Mas há também os pecados veniais (menos graves, que não fazem perder a graça divina) e os mortais (quando preenchem três requisitos: falta grave, plena consciência e deliberado consentimento).

sábado, 11 de fevereiro de 2012

KILO

  O prefixo "kilo" (do grego khiloi) significa mil, então o que chamamos de kilobyte (kb) são (aproximadamente) mil bytes. Pelo raciocínio inverso, poderíamos deduzir que "mega" e giga", equivaleriam a, respectivamente, 1 milhão e 1 bilhão,,já que 1 megabyte equivale a (aproximadamente) um milhão de bytes e 1 gigabyte a 1 bilhão de bytes. Na verdade, apenas kilo tem um significado numérico direto. Mega, que também vem do grego, significa apenas "grande" (Alexandre o Grande, por exemplo, era conhecido como "Megas Alexandros"); já Giga vem do latim e significa "gigante". Mil gigabytes equivalem a 1 terabyte, sendo teras "monstro" em grego. (Segundo Eduardo Souza, os valores exatos seriam 1 kb=1.024b, 1 megabyte= 1.048.576b e 1 gigabyte= 1.073.741.824b).

ILHAS CANÁRIAS

  As ilhas Canárias (Canary Islands, em inglês, e Islas Canarias em espanhol) integram um arquipélago pertencente à Espanha situado no Oceano Atlântico na costa noroeste da África. O seu nome, que veio do Latim "Insula Canária" (originalmente designando apenas a ilha Gran Canária) nada tem a ver com os simpáticos pássaros amarelos de belo canto. Na verdade, o nome faz referência ao grande número de cães (em latim, canis) lá encontrados quando a ilha foi oficialmente descoberta no início do século I A.C.

BLITZ

  Com o cerco cada vez mais acirrado às pessoas que ingerem bebidas alcoólicas antes de dirigir, a palavra "blitz" se tornou bem corriqueira no português. Blitz, que é um termo também utilizado no francês e no inglês, tem origem germânica. Blitz em alemão significa relâmpago, mas o significado de barreira policial vem de blitzkrieg, que quer dizer "guerra-relâmpago" ou "ataque relâmpago". Este foi o nome dado à estratégia militar que consistia em utilizar forças móveis em ataques rápidos e de surpresa, com o intuito de evitar que as forças inimigas tivessem tempo de organizar a defesa.

CESARIANA

  Foi notícia recente que no Brasil, pela primeira vez, partos por cesareana superaram os partos normais. O termo "cesareana", cognato em inúmeras línguas, é atribuída a Júlio César, o líder militar romano. A lenda diz que Júlio César teria nascido por este método, mas este fato é improvável, pois naquela época as mães submetidas a este tipo de parto cirúrgico não sobreviviam (e a mãe de Júlio César, Aurélia, viveu ainda vários anos). O mais provável é que uma coisa não tenha a ver com a outra: que Júlio César tenha adquirido este nome por ter nascido com muito cabelo (em latim caesaries), e que a famosa cesareana tenha relação com o verbo latino caedere (cortar ou matar).

PRESÉPIO

 A palavra presépio, que eu saiba utilizada apenas para se referir à cena do nascimento de Jesus, vem do latim praesepe, cujo significado básico é "estábulo", mas pode também significar mangedoura. O interessante é que em francês o termo para presépio é crèche, que originalmente significava mangedoura. Não sei se foi a imagem de uma mangedoura, pela metafora do alimentar e cuidar, ou de um presépio que levou o padre Oberlin a dar o nome de crèche também à primeira escola para crianças em idade pré-escolar que fundou em 1767.Em inglês usa-se tanto o termo francês crèche como nativity scene (cena do nascimento) para designar o presépio. O criador do primeiro presépio foi São Francisco de Assis, no início do século XIII. Ele reproduziu, com pessoas e animais numa gruta em um bosque italiano, a cena do nascimento de Jesus conforme descrita nos evangelhos.

BANHO-MARIA

Embora o nome "Maria" sempre tenha estado intimamente ligado ao cristianismo, houve uma outra Maria famosa: Maria, a Judia, que viveu no Egito no século III A.C. A ela se atribui a invenção de equipamentos e métodos relativos à Alquimia, da qual derivou nossa Química. Um desses métodos é o banho-maria, tão conhecido na culinária, que consiste em aquecer ou cozinhar uma substância num recipiente dentro de outro com água para que este não ultrapasse a temperatura máxima atingida pela água, que é de 100 graus Celsius. E a homenagem não acontece apenas em português, uma vez que o termo é cognato em diferentes idiomas: bain-marie (em inglês e francês), bagno maria em italiano e , baño maría em espanhol.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O BERÇO DA PALAVRA

PEDRA FUNDAMENTAL

  É uma solenidade simbólica que tem origem na tradição dos celtas e dos maçons. Nela, assinala-se a colocação do primeiro bloco de pedra ou de alvenaria simbolizando o iníciode determinada edificação. Geralmente, ocorre na inauguração de algum empreendimento de considerável importância. É tradiçaõ que a pedra fundamental apresentando a característica da obra de seu autor seja colocada no canto nordeste da construção, sabia?
  Em certos casos, acrescenta-se ao ritual uma espécie de cápsula do tempo, recipiente dentro do qual fica uma ata com o nome dos presentes ao evento e alguns elementos iconográfiocs da época - moedas, um jornal do dia ou objetos que representam a ocasião.

PEREBA

  O berço dessa palavra é o tupi pré rewa, ferida, chaga. O vocábulo designa vários tipos de lesão cutânea, mas também pode ser o indivíduo que exerce seu ofício de maneira medíocre. No futebol, também é conhecido como perna de pau.

VELÓDROMO

  É a pista artificial, de madeira ou concreto, forma ovalada, cujo tamanho varia de 150 a 500 metros, onde se travam competições de ciclismo. As bicicletas utilizadas diferem das que participam de provas de estrada.
  Não possuem freios e quando é preciso pará-las, o ciclista desacelera o veículo através de um movimento específico dos pedais. Para os desinformados, velódromo seria o local próprio para velórios, veja você. Até faria algum sentido: juntar vela (dos velórios) com dromo (que, no grego, significa lugar, pista). Não deixa de ser criativo, mas absurdo, mesmo lembrando certas palavras de parentesco: hipódromo, para corridas de cavalos, autódromo para corrida de automóveis, e, por analogia recentes invenções: sambódromo, local para desfiles de escolas de samba, fumódromo, para fumantes, camelódromo, para barrcas de camelôs, e outras asneiras.
  Na verdade, a palavra velódromo já existe e não é de hoje. Seu berço é o francês vélodrome (vélo=bicicleta+drome=pista). O esporte é pouco praticado entre nós, mas em países como a França, por exemplo, multidões ao longo do trajeto vibram com aqueles loucos que passam voando.

CURAÇAO

  Há várias teorias sobre o berço dessa palavra, mas a explicação mais provável é a de que os espanhóis chamavam o lugar de ILHA CORAZÓN, CORAÇÃO, até pelo formato dela. Hoje, importante destino turístico, é localmente conhecida como DUSHI KOSOU, DOCE CORAÇÃO. Aliás, dushi serve como vocativo para qualquer pessoa que more ou esteja viajando pela ilha, sobretudo quando homem se dirige à mulher e vice-versa. Distante apenas 60 km da Venezuela, é também conhecida como a Holanda do Caribe, por haver sido colonizada pelos holandeses. Em 2010 tornou-se país autônomo, com a capital em Willemstad. A língua oficial é o holandês, mas 90% da população fala o papiamento, dialeto de origem crioula que até parece com o nosso português.


Márcio Coutrim, CADERNO VIVER. 06/02/12.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

DICAS DE PORTUGUÊS

MÍDIAS CONVERGENTES? QUE BICHO É ESSE?

 É mídias convergentes pra lá, mídias convergente pra cá. Os suplementos de informática não se cansam de falar no assunto. Debates calorosos incendeiam universitários e professores de comunicação. Os Diários Associados puseram lenha na fogueira.
  Lançaram o Manual de redação e estilo para mídias convergentes. "Que bicho é esse?", perguntam leitores curiosos. O manual dos Diários Associados ajuda a resposta. A questão tem tudo a ver com a internet. A rede de computadores se parece com aquelas bonecas russas metidas uma dentro das outras. Conhece? A grande mãe é a web. Nela há  tudo - jornais, blogues, sites, portais, livros, revistas, enciclopédias, rádios, tevês, fotos, filmes, musicas. A matriarca virou o mundo da escrita  e da leitura pelo avesso.
  Quem escreve tem de ter em mente que  texto pode ter destinos muito diferentes e originais.
  Redações escolares, provas de concursos, sentenças judiciais, artigos de jornal, discursos políticos, publicações do Diário Oficial - tudo alça voo. Podem ser lidos por um locutor e virar podcasts. Podem ser postados na internet. Podem ser vertidos automaticamente para outra línguas graças ao Google Tranlator. Eis o desafio: a linguagem original tem de estar alerta à nova realidade.


ADMIRÁVEL CRIATURA NOVA

  A relação autor-leitor se divide em dois tempos - antes e depois da internet. Antes da internet, o autor era o dono e senhor do texto. Definia a introdução, as trilhas do desenvolvimento, a hora da conclusão. O leitor recebia o prato pronto. Ou o consumia. Ou o deixava de de lado. Nada mais podia fazer contra a ditadura da linealidade imposta pela página escrita.
  Depois da internet, a história mudou de enredo. A ordem perdeu o rumo. O caminhar em linha reta deu vez ao navegar. Imprevisiblidade é a tõnica. Trechos de texto se intercalam com referências a outras páginas. Um clicar muda a sequência, o código, o enfoque. O leitor assume o protagonismo. Escolhe o que ler, quando ler, por onde começar, onde interromper, em que hora parar.
  A planura da folha de papel cedeu o lugar a espaço plural. Ali o internauta tem acesso simultâneo a textos, imagens, vídeos, sons, animação. Mais: pode brincar com eles.
  Modifica-os, reorganiza-os, interage com um, dois ou todos. Em suam: rege os elementos da comunicação. Tanto poder gerou uma admirável criatura. Conhecê-la é preciso. Dá senhora ajuda a quem quer escrever para ser lido.

O INTERNAUTA É...

  Infiel: não comparece diariamente nem deixa de borboletear de site em site, de blogue em blogue. Inconstante: passa pelo site, mas não o lê com assiduidade.
  Proativo: busca mais informações em vez de aceitar passivamente o que lhe é oferecido.
  Arisco: não se deixa agarrar com facilidade.
  Receptivo: aprecia estilos não convencionais porque tropeça em muitas mesmices.
  Crítico: gosta de comentar a matéria. Elogia, desqualifica, faz sugestões.
  Exigente: quer ser ouvido, seja com publicação do comentário, seja com a resposta rápida à pergunta que formula.
  Visual:  A matéria tem de caber na tela do computador.
  Multimídia: não aprecia notícias com cara das lidas no jornal. Além de textos e imagens, exige vídeos, áudios, animação. Nada de prato feito. Ele escolhe a ordem.
  Apressado: falta-lhe tempo para abancar o universo sem fim da web. Lê o texto em T- primeiro título. Depois, as primeiras palavras do 1º parágrafo. Se quiser, prossegue. Só chega ao fim se lhe interessar.

EM BOM PORTUGUÊS

  As mídias eletrônicas viraram pelo avesso a função do autor-escritor e a do usuário-leitor. Adeus, posse e autoria de texto fisicamenteilhado. Adeus, significado único e hierarquicamente superior aos comentários e notas que dizem respeito a ele. Adeus, poder absoluto.

RECADO

  "O verdadeiro escritor nada tem a dizer. O que ele tem é apenas uma maneira de dizê-lo."
Alain Robbie-Gillet
DICAS DE PORTUGUÊS, Dad Squarisi. Caderno Ciadades. Diário de Pernambuco. 05/02/12.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

AMY WINEHOUSE - THE GIRL FROM IPANEMA





The Girl From Ipanema Amy Winehouse

Tall and tanned and young and lovely
The girl from Ipanema goes walking
And when she passes each man she passes goes Aaah!

When she walks it's like a samba
That swings so cool and sways so gentle
That when she passes each man she passes goes Aaah!

Oh, how I watch her so sadly
How can I tell her I love her
I would give my heart gladly

But each day when she walks to the sea
She looks straight ahead not at me

Tall and tanned and young and lovely
The girl from Ipanema goes walking
And when she passes I go...

The girl, the girl, the girl
From Ipanema, from Ipanema

I want her so badly
How can I tell her I love her
I would give my heart gladly

But each day when she walks to the sea
She looks straight ahead not at me

Tall and tanned and young and lovely
The girl from Ipanema goes walking
And when she passes I smile but she doesn't see
She ain't looking at me

TRADUÇÃO
A garota de Ipanema Amy Winehouse
Alta e bronzeada, jovem e adorável
A garota de Ipanema vai andando
E quando ela passa, cada um que passa faz "Aa-ah!"

Quando ela anda, ela é como um samba que
Dança tranquilamente e tão suave balança
Que quando ela passa, cada um que passa faz "Aa-ah!"

Ah, mas eu a vejo tão tristemente
Como posso dizer a ela que a amo?
Sim, eu daria meu coração com prazer

Mas a cada dia quando ela caminha para o mar
Ela olha para a frente, não para mim

Alta e bronzeada, jovem e adorável
A garota de Ipanema vai andando
E quando ela passa eu...

A garota, a garota, a garota
De Ipanema, de Ipanema

Eu a quero tanto
Como posso dizer a ela que a amo?
Sim, eu daria meu coração com prazer

Mas a cada dia quando ela caminha para o mar
Ela olha para a frente, não para mim

Alta e bronzeada, jovem e adorável
A garota de Ipanema vai andando
E quando ela passa, eu sorrio, mas ela não vê
Ela nem olha para mim



AMY WINEHOUSE - REHAB



They tried to make me go to rehab,but I said,
"No, no, no"
Yes, I've been black but when I come back you'll
know, know, know
I ain't got the time and if my daddy thinks I'm fine
He's tried to make me go to rehab,but I won't go, go,
go

I'd rather be at home with Ray
I ain't got seventy days
'Cause there's nothing,
There's nothing you can teach me
That I can't learn from Mr. Hathaway

I didn't get a lot in class
But I know we don't come in a shot glass

They tried to make me go to rehab,but I said,
"No, no, no"
Yes, I've been black but when I come back you'll
know, know, know
I ain't got the time and if my daddy thinks I'm fine
He's tried to make me go to rehab,but I won't go, go, go

The man said, "Why do you think you're here?"
I said, "I got no idea"
I'm gonna, I'm gonna lose my baby
So I always keep a bottle near

He said, "I just think you're depressed"
Kiss me, yeah baby and go rest"

They tried to make me go to rehab,but I said,
"No, no, no"
Yes, I've been black but when I come back you'll
know, know, know

I don't ever wanna drink again
I just, ooh, I just need a friend
I'm not gonna spend ten weeks
Have everyone think I'm on the mend

And it's not just my pride
It's just 'til these tears have dried

They tried to make me go to rehab,but I said,
"No, no, no"
Yes, I've been black and when I come back you'll
know, know, know
I ain't got the time and if my daddy thinks I'm fine
He's tried to make me go to rehab,but I won't go, go, go

TRADUÇÃO
Tentaram me mandar para a reabilitação, mas eu disse
"não, não, não"
Sim, eu tenho estado mal mas quando eu melhorar você irá
ver, ver, ver
Eu não tenho tempo e se meu pai acha que estou bem
Ele tentou me fazer ir para a reabilitação, mas eu não irei, irei, irei

Eu prefiro ficar em casa com Ray
Eu não tenho setenta dias
Porque não há nada
Nada que você possa me ensinar
Que eu não possa aprender com o Sr. Hathaway

Eu não aprendi muito nas aulas
mas sei que não aprenderei num trago de bebida

Tentaram me mandar para a reabilitação, mas eu disse
"não, não, não"
Sim, eu tenho estado mal mas quando eu melhorar você irá
ver, ver, ver
Eu não tenho tempo e se meu pai acha que estou bem
Ele me fará ir para a reabilitação, mas eu não irei, irei, irei

Um homem me disse "por que você acha que está aqui?"
Eu disse: "não tenho ideia"
Eu vou, vou perder meu amor
Então eu sempre tenho uma bebida por perto

Ele me disse: - eu acho que você está deprimida,
Me dê um beijo, baby, e vá dormir.

Tentaram me mandar para a reabilitação, mas eu disse
"não, não, não"
Sim, eu tenho estado mal mas quando eu melhorar você irá
ver, ver, ver

Eu não quero beber nunca mais
Eu só ooh eu só preciso de um amigo
Eu não irei perder dez semanas
Com todos achando que estou de recuperação.

Não é só meu orgulho
É só que minhas lágrimas secaram.

Tentaram me mandar para a reabilitação, mas eu disse
"não, não, não"
Sim, eu tenho estado mal mas quando eu melhorar você irá
ver, ver, ver
Eu não tenho tempo e se meu pai acha que estou bem
Ele tentou me mandar para a reabilitação, mas eu não irei, irei, irei.


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

TIPOS DE TEXTOS

          A linguagem escrita tem identidade própria e não pretende ser mera reprodução da linguagem oral. Ao redigir, o indivíduo conta unicamente com o significado e a sonoridade das palavras para transmitir conteúdos complexos, estimular a imaginação do leitor, promover associação de idéias e ativar registros lógicos, sensoriais e emocionais da memória.

Redação é o ato de exprimir idéias, por escrito, de forma clara e organizada. O ponto de partida para redigir bem é o conhecimento da gramática do idioma e do tema sobre o qual se escreve. Um bom roteiro de redação deve contemplar os seguintes passos: escolha da forma que se pretende dar à composição, organização das idéias sobre o tema, escolha do vocabulário adequado e concatenação das idéias segundo as regras lingüísticas e gramaticais.

Para adquirir um estilo próprio e eficaz é conveniente ler e estudar os grandes mestres do idioma, clássicos e contemporâneos; redigir freqüentemente, para familiarizar-se com o processo e adquirir facilidade de expressão; e ser escrupuloso na correção da composição, retificando o que não saiu bem na primeira tentativa. É importante também realizar um exame atento da realidade a ser retratada e dos eventos a que o texto se refere, sejam eles concretos, emocionais ou filosóficos. O romancista, o cientista, o burocrata, o legislador, o educador, o jornalista, o biógrafo, todos pretendem comunicar por escrito, a um público real, um conteúdo que quase sempre demanda pesquisa, leitura e observação minuciosa de fatos empíricos. A capacidade de observar os dados e apresentá-los de maneira própria e individual determina o grau de criatividade do escritor.

Para que haja eficácia na transmissão da mensagem, é preciso ter em mente o perfil do leitor a quem o texto se dirige, quanto a faixa etária, nível cultural e escolar e interesse específico pelo assunto. Assim, um mesmo tema deverá ser apresentado diferentemente ao público infantil, juvenil ou adulto; com formação universitária ou de nível técnico; leigo ou especializado. As diferenças hão de determinar o vocabulário empregado, a extensão do texto, o nível de complexidade das informações, o enfoque e a condução do tema principal a assuntos correlatos.

Organização das idéias

O texto artístico é em geral construído a partir de regras e técnicas particulares, definidas de acordo com o gosto e a habilidade do autor. Já o texto objetivo, que pretende antes de mais nada transmitir informação, deve fazê-lo o mais claramente possível, evitando palavras e construções de sentido ambíguo.

Para escrever bem, é preciso ter idéias e saber concatená-las. Entrevistas com especialistas ou a leitura de textos a respeito do tema abordado são bons recursos para obter informações e formar juízos a respeito do assunto sobre o qual se pretende escrever. A observação dos fatos, a experiência e a reflexão sobre seu conteúdo podem produzir conhecimento suficiente para a formação de idéias e valores a respeito do mundo circundante.

É importante evitar, no entanto, que a massa de informações se disperse, o que esvaziaria de conteúdo a redação. Para solucionar esse problema, pode-se fazer um roteiro de itens com o que se pretende escrever sobre o tema, tomando nota livremente das idéias que ele suscita. O passo seguinte consiste em organizar essas idéias e encadeá-las segundo a relação que se estabelece entre elas.
Vocabulário e estilo. Embora quase todas as palavras tenham sinônimos, dois termos quase nunca têm exatamente o mesmo significado. Há sutilezas que recomendam o emprego de uma ou outra palavra, de acordo com o que se pretende comunicar. Quanto maior o vocabulário que o indivíduo domina para redigir um texto, mais fácil será a tarefa de comunicar a vasta gama de sentimentos e percepções que determinado tema ou objeto lhe sugere.

Como regras gerais, consagradas pelo uso, deve-se evitar arcaísmos e neologismos e dar preferência ao vocabulário corrente, além de evitar cacofonias (junção de vocábulos que produz sentido estranho à idéia original, como em "boca dela") e rimas involuntárias (como na frase, "a audição e a compreensão são fatores indissociáveis na educação infantil"). O uso repetitivo de palavras e expressões empobrece a escrita e, para evitá-lo, devem ser escolhidos termos equivalentes.

A obediência ao padrão culto da língua, regido por normas gramaticais, lingüísticas e de grafia, garante a eficácia da comunicação. Uma frase gramaticalmente incorreta, sintaticamente mal estruturada e grafada com erros é, antes de tudo, uma mensagem ininteligível, que não atinge o objetivo de transmitir as opiniões e idéias de seu autor.

Tipos de redação

Todas as formas de expressão escrita podem ser classificadas em formas literárias -- como as descrições e narrações, e nelas o poema, a fábula, o conto e o romance, entre outros -- e não-literárias, como as dissertações e redações técnicas.

Descrição

Descrever é representar um objeto (cena, animal, pessoa, lugar, coisa etc.) por meio de palavras. Para ser eficaz, a apresentação das características do objeto descrito deve explorar os cinco sentidos humanos -- visão, audição, tato, olfato e paladar --, já que é por intermédio deles que o ser humano toma contato com o ambiente.

A descrição resulta, portanto, da capacidade que o indivíduo tem de perceber o mundo que o cerca. Quanto maior for sua sensibilidade, mais rica será a descrição. Por meio da percepção sensorial, o autor registra suas impressões sobre os objetos, quanto ao aroma, cor, sabor, textura ou sonoridade, e as transmite para o leitor.

Narração

O relato de um fato, real ou imaginário, é denominado narração. Pode seguir o tempo cronológico, de acordo com a ordem de sucessão dos acontecimentos, ou o tempo psicológico, em que se privilegiam alguns eventos para atrair a atenção do leitor. A escolha do narrador, ou ponto de vista, pode recair sobre o protagonista da história, um observador neutro, alguém que participou do acontecimento de forma secundária ou ainda um espectador onisciente, que supostamente esteve presente em todos os lugares, conhece todos os personagens, suas idéias e sentimentos.

A apresentação dos personagens pode ser feita pelo narrador, quando é chamada de direta, ou pelas próprias ações e comportamentos deste, quando é dita indireta. As falas também podem ser apresentadas de três formas: (1) discurso direto, em que o narrador transcreve de forma exata a fala do personagem; (2) discurso indireto, no qual o narrador conta o que o personagem disse, lançando mão dos verbos chamados dicendi ou de elocução, que indicam quem está com a palavra, como por exemplo "disse", "perguntou", "afirmou" etc.; e (3) discurso indireto livre, em que se misturam os dois tipos anteriores.

O conjunto dos acontecimentos em que os personagens se envolvem chama-se enredo. Pode ser linear, segundo a sucessão cronológica dos fatos, ou não-linear, quando há cortes na seqüência dos acontecimentos. É comumente dividido em exposição, complicação, clímax e desfecho.

Dissertação

 A exposição de idéias a respeito de um tema, com base em raciocínios e argumentações, é chamada dissertação. Nela, o objetivo do autor é discutir um tema e defender sua posição a respeito dele. Por essa razão, a coerência entre as idéias e a clareza na forma de expressão são elementos fundamentais.

A organização lógica da dissertação determina sua divisão em introdução, parte em que se apresenta o tema a ser discutido; desenvolvimento, em que se expõem os argumentos e idéias sobre o assunto, fundamentando-se com fatos, exemplos, testemunhos e provas o que se quer demonstrar; e conclusão, na qual se faz o desfecho da redação, com a finalidade de reforçar a idéia inicial.
Texto jornalístico e publicitário. O texto jornalístico apresenta a peculiaridade de poder transitar por todos os tipos de linguagem, da mais formal, empregada, por exemplo, nos periódicos especializados sobre ciência e política, até aquela extremamente coloquial, utilizada em publicações voltadas para o público juvenil. Apesar dessa aparente liberdade de estilo, o redator deve obedecer ao propósito específico da publicação para a qual escreve e seguir regras que costumam ser bastante rígidas e definidas, tanto quanto à extensão do texto como em relação à escolha do assunto, ao tratamento que lhe é dado e ao vocabulário empregado.

O texto publicitário é produzido em condições análogas a essas e ainda mais estritas, pois sua intenção, mais do que informar, é convencer o público a consumir determinado produto ou apoiar determinada idéia. Para isso, a resposta desse mesmo público é periodicamente analisada, com o intuito de avaliar a eficácia do texto.

Poesia

A poesia pode apresentar-se em composições muito variadas. Os antigos retóricos gregos dividiram-na em épica, lírica e dramática, divisão que, embora um tanto rígida, ainda é aceitável.

A poesia épica, muito antiga, canta as façanhas de um herói ou de uma coletividade. As baladas ou cantos populares agrupam-se normalmente em círculos temáticos e, em muitas ocasiões, unificam-se na forma de um longo poema narrativo em que se simbolizam as aspirações e conquistas de uma raça ou povo. Esse tipo de poema recebe o nome de epopéia e exemplifica-se em obras como a Ilíada e a Odisséia, de Homero, ou o Mahabharata, da literatura hindu. Uma espécie muito importante de poema épico é a das canções de gesta medievais, voltadas para a figura de um herói nacional. À épica culta pertencem os poemas criados por um autor individual e que se acham desvinculados da tradição popular, como a Eneida, de Virgílio, ou Os lusíadas, de Camões.

A lírica, que em suas origens era cantada, é o gênero mais subjetivo e o que reúne com maior freqüência as peculiaridades da poesia. Em geral, os poemas líricos são breves. Em seus versos o poeta quase sempre procura expressar emoções e o cerne de sua experiência pessoal. Inclui-se na lírica a mais típica "poesia popular", talvez a manifestação literária mais antiga.

A poesia dramática é a das peças teatrais, que, durante muito tempo, foram escritas em verso. As paixões humanas constituem sua fonte de inspiração e costumam ser expressas na forma de diálogos e monólogos.

Podem distinguir-se outros gêneros poéticos, dentre os quais um dos mais importantes é o da poesia didática, que apareceu como uma derivação da épica nos tempos clássicos. Nesse gênero, a poesia é utilizada como meio para expor com beleza temas científicos, técnicos, ou doutrinas filosóficas e religiosas. Aqui se encontram obras como De natura deorum (Sobre a natureza dos deuses), de Lucrécio, poeta romano do século I a.C., que o emprega para expor a doutrina do epicurismo. Cabe incluir também na poesia didática as fábulas ou as formas populares, como os refrães e adivinhações.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS III

LEITURA

Interessa a todos saber que procedimento se deve adotar para tirar o maior rendimento possível da leitura de um texto. Mas não se pode responder a essa pergunta sem antes destacar que não existe para ela uma solução mágica, o que não quer dizer que não exista solução alguma. Genericamente, pode-se afirmar que uma leitura proveitosa pressupõe, além do conhecimento lingüístico propriamente dito, um repertório de informações exteriores ao texto, o que se costuma chamar de conhecimento de mundo.
A título e ilustração, observe a questão seguinte, extraída de um vestibular da UNICAMP:
Às vezes, quando um texto é ambíguo, é o conhecimento de mundo que o leitor tem dos fatos que lhe permite fazer uma interpretação adequada do que se lê. Um bom exemplo é o texto que segue: 
"As video-locadoras de São Carlos estão escondendo suas fitas de sexo explícito. A decisão atende a uma portaria de dezembro de 1991, do Juizado de Menores, que proíbe que as casas de vídeo aluguem, exponham e vendam fitas pornográficas a menores de 18 anos. A portaria proíbe ainda os menores de 18 anos de irem a motéis e rodeios sem a companhia ou autorização dos pais. (Folha Sudeste, 6/6/92)"
É o conhecimento lingüístico que nos permite reconhecer a ambigüidade do texto em questão (pela posição em que se situa, a expressão sem a companhia ou autorização dos pais permite a interpretação de que com a companhia ou autorização dos pais os menores podem ir a rodeios ou motéis). Mas o nosso conhecimento de mundo nos adverte de que essa interpretação é estranha e só pode ter sido produzida por engano do redator. É muito provável que ele tenha tido a intenção de dizer que os menores estão proibidos de ir a rodeios sem a companhia ou autorização dos pais e de freqüentarem motéis.
Como se vê, a compreensão do texto depende também do conhecimento de mundo, o que nos leva à conclusão de que o aprendizado da leitura depende muito das aulas de Português, mas também de todas as outras disciplinas sem exceção. 
- Três questões básicas 
Uma boa medida para avaliar se o texto foi bem compreendido é a resposta a
três questões básicas: 

I - Qual é a questão de que o texto está tratando? Ao tentar responder a essa pergunta, o leitor será obrigado a distinguir as questões secundárias da principal, isto e, aquela em torno da qual gira o texto inteiro. Quando o leitor não sabe dizer do que o texto está tratando, ou sabe apenas de maneira genérica e confusa, é sinal de que ele precisa ser lido com mais atenção ou de que o leitor não tem repertório suficiente para compreender o que está diante de seus olhos. 

II - Qual é a opinião do autor sobre a questão posta em discussão? Disseminados pelo texto, aparecem vários indicadores da opinião de quem escreve. Por isso, uma leitura competente não terá dificuldade em identificá-la. Não saber dar resposta a essa questão é um sintoma de leitura desatenta e dispersiva. 

III - Quais são os argumentos utilizados pelo autor para fundamentar a opinião dada? Deve-se entender por argumento todo tipo de recurso usado pelo autor para convencer o leitor de que ele está falando a verdade. Saber reconhecer os argumentos do autor é também um sintoma de leitura bem feita, um sinal claro de que o leitor acompanhou o desenvolvimento das idéias. Na verdade, entender um texto significa acompanhar com atenção o seu percurso argumentativo. 

Níveis de linguagem


Ler é uma atividade muito mais complexa do que a simples interpretação dos símbolos gráficos, de códigos,  requer que o indivíduo seja capaz de interpretar o material lido, comparando-o e incorporando-o à sua bagagem pessoal, ou seja, requer que o indivíduo mantenha um comportamento ativo diante da leitura. 
Para que isso aconteça, é necessário que haja maturidade para a compreensão do material lido, senão tudo cairá no esquecimento ou ficará armazenado em nossa memória sem uso, até que tenhamos condições cognitivas para utilizar.

De uma forma geral, passamos por diferentes níveis ou etapas até termos condições de aproveitar totalmente o assunto lido. Essas etapas ou níveis são cumulativas e vão sendo adquiridas pela vida, estando presente em praticamente toda a nossa leitura.
O PRIMEIRO NÍVEL é elementar e diz respeito ao período de alfabetização. Ler é uma capacidade cerebral muito sofisticada e requer experiência: não basta apenas conhecermos os códigos, a gramática, a semântica – é preciso que tenhamos um bom domínio da língua.

O SEGUNDO NÍVEL é a pré-leitura ou leitura inspecional. Tem duas funções específicas: primeiro, prevenir para que a leitura posterior não nos surpreenda e, sendo, para que tenhamos chance de escolher qual material leremos, efetivamente. Trata-se, na verdade, de nossa primeira impressão sobre o livro. É a leitura que comumente desenvolvemos “nas livrarias” .
Nela, por meio do salteio de partes, respondem basicamente às seguintes perguntas:
 Por que ler este livro?
 Será uma leitura útil?
 Dentro de que contexto ele poderá se enquadrar? 
Essas perguntas devem ser revistas durante as etapas que se seguem, procurando usar de imparcialidade quanto ao ponto de vista do autor, e o assunto, evitando preconceitos.

Se você se propuser a ler um livro sem interesse, com olhar crítico, rejeitando-o antes de conhecê-lo, provavelmente o aproveitamento será muito baixo.
LER Éarmazenar informações;
desenvolver;
ampliar horizontes;
compreender o mundo;
comunicar-se melhor;
escrever melhor;
relacionar-se melhor com o outro.
Pré-leitura 
Nome do livro
Autor
Dados bibliográficos
Prefácio e índice
Prólogo e introdução 
Os passos da pré-leitura
O primeiro passo é memorizar o nome do autor e a edição do livro, fazer um folheio sistemático: ler o prefácio e o índice (ou sumário), analisar um pouco da história que deu origem ao livro, ver o número da edição e o ano de publicação. Se falarmos em ler um Machado de Assis, um Júlio Verne, um Jorge Amado, já estaremos sabendo muito sobre o livro, não é? É muito importante verificar estes dados para enquadrarmos o livro na cronologia dos fatos e na atualidade das informações que ele contém.  Verifique detalhes que possam contribuir para a coleta do maior número de informações possível. Tudo isso vai ser útil quando formos arquivar os dados lidos no nosso arquivo mental!
A propósito, você sabe o que seja um prólogo, um prefácio e uma introdução? Muita gente pensa que os três são a mesma coisa, mas não:

 PRÓLOGO: é um comentário feito pelo autor a respeito do tema e de sua experiência pessoal.

 PREFÁCIO: é escrito por terceiros ou pelo próprio autor, referindo-se ao tema abordado no livro e muitas vezes também tecendo comentários sobre o autor.

 INTRODUÇÃO: escrita também pelo autor, referindo-se ao livro e não ao tema.
O segundo passo é fazer uma leitura superficial. Pode-se, nesse caso, aplicar as técnicas da leitura dinâmica.
O TERCEIRO NÍVEL é conhecido como analítico. Depois de vasculharmos bem o livro na pré-leitura, analisamos o livro. Para isso, é imprescindível que saibamos em qual gênero o livro se enquadra: trata-se de um romance, um tratado, um livro de pesquisa e, neste caso, existe apenas teoria ou são inseridas práticas e exemplos. No caso de ser um livro teórico, que requeira memorização, procure criar imagens mentais sobre o assunto, ou seja, VEJA, realmente, o que está lendo, dando vida e muita criatividade ao assunto.  Note bem: a leitura efetiva vai acontecer nesta fase, e a primeira coisa a fazer é ser capaz de resumir o assunto do livro em duas frases. Já temos algum conteúdo para isso, pois o encadeamento das idéias já é de nosso conhecimento. Procure, agora, ler bem o livro, do início ao fim. Esta é a leitura efetiva, aproveite bem este momento!
Fique atento!
Aproveite todas as informações que a pré-leitura ofereceu.
Não pare a leitura para buscar significados de palavras em dicionários ou sublinhar textos – isto será feito em outro momento!
O QUARTO NÍVEL de leitura é o denominado de controle. Trata-se de uma leitura com a qual vamos efetivamente acabar com qualquer dúvida que ainda persista. Normalmente, os termos desconhecidos de um texto são explicitados  neste próprio texto, à medida que vamos adiantando a leitura. Um mecanismo psicológico fará com que fiquemos com aquela dúvida incomodando-nos até que tenhamos a resposta. Caso não haja explicação no texto, será na etapa do controle que lançaremos mão do dicionário. 
Veja bem: a esta altura já conhecemos bem o livro e o ato de interromper a leitura não vai fragmentar a compreensão do assunto como um todo. Será, também, nessa etapa que sublinharemos os tópicos importantes, se necessário. 

Para ressaltar trechos importantes opte por um sinal discreto próximo a eles, visando principalmente a marcar o local do texto em que se encontra, obrigando-o a fixar a cronologia e a seqüência deste fato importante, situando-o no livro.

Aproveite bem esta etapa de leitura!
Para auxiliar no estudo, é interessante que, ao final da leitura de cada capítulo, você faça um breve resumo com suas próprias palavras de tudo o que foi lido.
Um QUINTO NÍVEL pode ser opcional: a etapa da repetição aplicada. Quando lemos, assimilamos o conteúdo do texto, mas aprendizagem efetiva vai requerer que tenhamos prática, ou seja, que tenhamos experiência do que foi lido na vida. Você só pode compreender conceitos que tenha visto em seu cotidiano. Nada como unir a teoria à prática. Na leitura, quando não passamos pela etapa da repetição aplicada, ficamos muitas vezes sujeitos  àqueles brancos quando queremos evocar o assunto. Para evitar isso, faça resumos! Observe agora os trechos sublinhados do livro e os resumos de cada capítulo, trace um diagrama sobre o livro, esforce-se para traduzi-lo com suas próprias palavras. Procure associar o assunto lido com alguma experiência já vivida ou tente exemplificá-lo com algo concreto, como se fosse um professor e o estivesse ensinando para uma turma de alunos interessados.
É importante lembrar que esquecemos mais nas próximas 8 horas do que nos 30 dias posteriores. Isto quer dizer que devemos fazer pausas durante a leitura e ao retornarmos ao livro, consultamos os resumos. Não pense que é um exercício monótono! Nós somos capazes de realizar diariamente exercícios físicos com o propósito de melhorar a aparência e a saúde. Pois bem, embora não tenhamos condições de ver com o que se apresenta nossa mente, somos capazes de senti-la quando melhoramos nossas aptidões como o raciocínio, a prontidão de informações e, obviamente, nossos conhecimentos intelectuais. Vale a pena se esforçar no início e criar um método de leitura eficiente e rápido.

           
Cuidados  com a  leitura
           
A leitura é um processo muito mais amplo do que podemos imaginar. Ler não é unicamente interpretar os símbolos gráficos, mas interpretar o mundo em que vivemos. Na verdade, passamos todo o nosso tempo lendo!

O psicanalista francês Lacan disse que o olhar da mãe configura a estrutura psíquica da criança, ou seja, esta se vê a partir de como vê seu reflexo nos olhos da mãe! O bebê, então, segundo esta citação, lê nos olhos da mãe o sentimento com que é recebido e interpreta suas emoções: se o que encontra é rejeição, sua experiência básica será de terror; se encontra alegria, sua experiência será de tranqüilidade, etc. Ler está tão relacionado com o fato de existirmos que nem nos preocupamos em aprimorar este processo. É lendo que vamos construindo nossos valores e estes são os responsáveis pela transformação dos fatos em objetos de nosso sentimento.

Leitura é um dos grandes, senão o maior, ingrediente da civilização. Ela é uma atividade ampla e livre – fato comprovado pela frustração de algumas pessoas ao assistirem a um filme, cuja história já foi lida em um livro. Quando lemos, associamos as informações lidas à imensa bagagem de conhecimentos que temos armazenados em nosso cérebro e então somos capazes de criar, imaginar e sonhar.

É por meio da leitura que podemos entrar em contato com pessoas distantes ou do passado, observando suas crenças, convicções e descobertas que foram imortalizadas por meio da escrita. Esta possibilita o avanço tecnológico e científico, registrando os conhecimentos, levando-os a qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, desde que saibam decodificar a mensagem, interpretando os símbolos usados como registro da informação. A leitura é o verdadeiro elo integrador do ser humano e a sociedade em que ele vive!

O mundo de hoje é marcado pelo enorme fluxo de informações oferecidas a todo instante. É preciso também tornarmo-nos mais receptivos e atentos, para nos mantermos atualizados e competitivos. Para isso, é imprescindível leitura que nos estimule cada vez mais em vista dos resultados que ela oferece. Se você pretende acompanhar a evolução do mundo, manter-se em dia, atualizado e bem informado, precisa preocupar-se com a qualidade da sua leitura. 
Livro interessante ou leitores interessados?
            Observe: você pode gostar de ler sobre esoterismo e uma pessoa próxima não se interessar por este assunto. Por outro lado, será que esta mesma pessoa se interessaria por um livro que fale sobre História ou esportes? No caso da leitura, não existe livro interessante, mas leitores interessados. 
Leitura eficiente
            A pessoa que se preocupa com a qualidade de sua leitura e com o resultado que poderá obter, deve pensar no ato de ler como um comportamento que requer alguns cuidados, para ser realmente eficaz.
1) Atitude
Pensamento positivo para aquilo que deseja ler. Manter-se descansado é muito importante também. Não adianta um desgaste físico enorme, pois a retenção da informação será inversamente proporcional. Uma alimentação adequada é muito importante.
Cuidado! Devemos virar a página, segurando-a pelo lado superior, antes de lermos a última frase!
2) Ambiente
O ambiente de leitura deve ser preparado para ela. Nada de ambientes com muitos estímulos que forcem a dispersão. Deve ser um local tranqüilo, agradável, ventilado, com uma cadeira confortável para o leitor e mesa para apoiar o livro a uma altura que possibilite postura corporal adequada.

Quanto à iluminação, deve vir do lado posterior esquerdo, pois o movimento de virar a página acontecerá antes de ter sido lida a última linha da página direita e, de outra forma, haveria a formação de sombra nesta página, o que atrapalharia a leitura.
3) Objetos necessários
Para evitar de, durante a leitura, levantarmos para pegar algum objeto que julguemos importante, devemos colocar lápis, marca-texto e dicionários sempre à mão. Quanto sublinhar os pontos importantes do texto, é preciso aprender a técnica adequada. Não o fazer na primeira leitura, evitando que os aspectos sublinhados parecem-se mais com um mosaico de informações aleatórias. 

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS II

A  SELEÇÃO  LEXICAL

                                                                                  
Temas e figuras  são palavras e expressões que servem para revestir as estruturas mais abstratas do texto. Os temas são mais abstratos que as figuras. Enquanto estas representam no texto coisas e acontecimentos do mundo natural, aqueles interpretam e explicam os fatos que ocorrem e tudo aquilo que existe no mundo.
Temas e figuras pertencem ao léxico de uma língua. O léxico consiste no repertório de palavras de que uma dada língua dispõe. Em sentido amplo , podemos considerar o léxico como sinônimo de vocabulário. Tem ele diferentes situações :-
1)- gírias = vocabulário especial usado por um dado segmento social.
Ex.:- rangar = tomar refeição
        não embaça = não pertuba

2)- regionalismo = vocabulário próprio de uma dada região.
Ex.:- piá = menino , no Sul do Brasil
        bergamota = mexerica , no Rio Grande do Sul

3)- jargão = vocabulário típico de uma dada especialidade profissional.
Ex.:- desaquecimento da demanda = situação em que se compra menos

4)- estrangeirismo = termos estrangeiros incorporados a nossa língua.
Ex.:- spread = taxa de risco que se paga sobre um empréstimo
        software = programas do computador

5)- arcaísmo = palavras ou expressões caídas em desuso.
Ex.:- festinar = apressar
        físico = médico

6)- neologismo = palavras recentemente criadas.
Ex.:- televisar = transmitir pela televisão
        principismo = atitude de intransigência na defesa de princípios
       informatizar = submeter a tratamento informático

O autor de um texto , para criar um determinado efeito de sentido , pode escolher figuras dentro de uma determinada região do léxico ( vocabulário ). Pode escrever seu texto em gíria , ou utilizar um vocabulário regionalista , ou ainda fazer uso de muitos arcaísmos. O que importa , para uma boa leitura, não é apenas identificar a escolha feita pelo autor , mas qual é a função que ela tem no sentido do texto.
A escolha de temas e figuras em determinadas regiões do léxico produz certos efeitos de sentido. Observe alguns setores lexicais e efeitos de sentido que produzem :-
1)- gírias :- sobretudo em textos narrativos , caracterizar o personagem através da linguagem que utiliza;

2)- arcaísmos :- recuperar certa época , ridicularizar certo personagem que ainda insiste em utilizá-los ;

3)- neologismos :- caracterizar personagens ou épocas ;

4)- regionalismos ou estrangeirismos :- caracterizar , por exemplo , a procedência de um personagem ;

5)- jargão :- caracterizar a competência de quem o utiliza.

                                 INTERPRETAÇÃO  DE  TEMA

                                                                                                                                        
            Você já observou que é importante identificar o assunto da  redação, do assunto partir para a delimitação do mesmo, o que chamamos tema  ¾ uma espécie de “fatia” do  assunto. Só deverá, porém,  iniciar a desenvolvê-lo depois que tiver um objetivo ( aquilo que responderia à pergunta: “O que eu quero provar, demonstrar ?” ).

            Isso também é fundamental para que sua redação não seja eliminada ou descaracterizada por:
1.  FUGA AO ASSUNTO / TEMA
2.  INTERPRETAÇÃO ERRADA ( intencional ou não )

Ou ainda para que não tenha sua nota reduzida drasticamente por;
1.  DESVIO DO TEMA PROPOSTO
2.  POBREZA DE CONTEÚDO

            QUANDO O TEMA É FORNECIDO
            O tema poderá vir definido, inclusive na forma de um título proposto , sobre o qual você deverá discorrer.

            A única preocupação será ler, analisar os termos que compõem o título, para daí, formular  ¾ mesmo que mentalmente  ¾ o seu objetivo. Isso nem sempre facilita as coisas, por isso fique atento.
            Vamos analisar um tema:-
            O mundo compreendeu e o dia amanheceu em paz”.

            Pergunte-se: Que palavras da frase são mais importantes, significativas?
            Resposta: “compreendeu”  e  “paz”. Daí você deduz que só a compreensão entre os homens pode conduzir à paz universal.

            Cuidado: Não se esqueça que no título está explicitada a palavra mundo, não reduza o tema ao Brasil somente.

            FORMULAÇÃO DE OBJETIVO
            Provar ( mostrar ) que, para haver a tão almejada paz entre os homens, é preciso que eles se tornem compreensivos e tolerantes uns com os outros . . .

O entendimento de um texto, ainda o elemento básico de comunicação humana, implica uma análise: a sua decomposição em partes. Só assim, o seu entendimento é possível.