segunda-feira, 23 de julho de 2012

IDEIA DE JERICO



É controvertida a origem etimológica da palavra jerico. Há quem a atribua ao latim gero, is, andar com, trazer em cima do corpo. Na verdade, é o equus asinus, jumento. Na região nordeste do Brasil, jerico é o mesmo que mula. Vem daí a expressão idéia de jerico, a que designa alguma idéia tola, já que, figurativamente, jumento é o indivíduo imbecil. Outro exemplo em que se explica uma alternativa para a origem da palavra jerico se encontra no vocábulo Jericoacoara, praia no litoral leste do Ceará, cujo nome indígena significa jerico/mula+ acoara/abrigo, lugar onde as mulas descansam. Outra interpretação sustenta que jerico significaria jacarée acoara seria ao sol, daí derivando o verbo coarar, como em a roupa coarando no varal, jericoacoara ou jacaré ao sol. Na cidade de Alto Paraíso, perto de Ariquemes, em Rondônia, jerico é o veículo caseiro construído com peças de todos os tipos de carros e motores quase sempre adaptados de geradores elétricos de pequeno porte. Na maioria das vezes, nem possuem paralamas, pára-choques, pára-brisas e nem mesmo assento. Alto Paraíso é conhecida como a capital mundial dos jericos motorizados. Anualmente, acontece lá um evento que atrai gente de várias partes do país, a Corrida Nacional de Jericos Motorizados, transmitida pela Rede Globo no programa Globo Esporte. E nunca é demais lembrar daquele sujeito que um dia apareceu em Brasília, diante do Palácio do Planalto, montado num veículo inventado por ele e que chamou de Jericar, equipado com faroletes, buzina e outros badulaques que causaram curiosidade e algum espanto. Viva a imaginação de nossa gente...

CAMERUM — País africano conhecido erroneamente no Brasil como Camarões, sobretudo pelo destaque de sua equipe de futebol em competições internacionais. Só que, na verdade, seu
nome correto é Camerum. Um pouco de história: no século 15, os navegadores portugueses chamavam o estuário do rio Wuri de “rio dos camarões”, pela abundância de um certo crustáceo parecido com o camarão — apenas parecido. Mais tarde, no preríodo em que foi colônia alemã, a região era chamada de Kamerum. Em 1961, adotou o nome oficial de República do Camerum, em homenagem ao explorador inglês Verney Lovett Cameron, que andou muito tempo por lá e se tornou importante figura no país. Quanto aos camarões — também chamadas de baratas do mar (glup!) —, apesar da repulsiva designação, continuam sendo uma iguaria festejada nas melhores mesas do mundo...

TATUAPÉ — Distrito da subprefeitura da Mooca, na região sudeste da cidade de São Paulo. Segundo os ditos populares, o berço essa curiosa palavra provém de uma conversa entre caçadores, que discutiam sobre a conveniência de caçar o tatu a pé. Outros sustentam que o nome surgiu quando os moradores da parte baixa do lugar, próxima a um rio, ao referirem-se às caçadas de tatu na parte alta, de mata mais densa, diziam ser isso possível só indo a pé. Segundo o professor Silveira Bueno, da USP, Tatuapé é de origem tupi-guarani e significa o caminho do tatu, com a seguinte explicação do tupinólogo J. David Jorge: taé casco, couraça; tu, denso, grosso, ou seja, animal de casco espesso; e apé, caminho. Logo, Tatuapé significaria caminho do tatu, definição extraída de seu livro “O tupi em São Paulo”. A escola
de samba Acadêmicos do Tatuapé, no último Carnaval, foi a segunda a desfilar no Sambódromo paulistano. Entrou na avenida tendo como enredo a origem do nome do bairro e, por isso, abriu o desfile com a comissão de frente usando fantasias de tatus. No Tatuapé fica a sede do Sport Club Corinthians Paulista, o segundo mais popular do Brasil, com cerca de 25 milhões de torcedores – mas a explicação da origem do nome do Corinthians fica para a próxima semana...

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O amigo médico Dr. Luiz Cláudio Stawiarski, de Brasília, DF, traz valiosa informação sobre o berço da palavra esmoler, aquele que vive de esmolas, mendigo, pedinte. Esmola vem do latim eleemosyna, vocábulo que evoluiu ao longo dos anos, passando por elemosna, elmosna, esmolna, esmonla, esmolla, até chegar aos dias de hoje como esmola, a dádiva caritativa que muita gente, penalizada, coloca nas mãos do esmoler. Mas o curioso vem agora, quer ver?
Chama-se supinador o músculo do antebraço que faz a supinação, do latim supinare, pedir esmola. E daí?, dirá você. Daí que, ao girar o antebraço para fora, a palma da mão fica voltada para cima. Pois então, essa não é a maneira como todo mendigo pede esmola? Vivendo, aprendendo e se surpreendendo...
 
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ORIGEM DA PALAVRA VEADO

A palavra veado, com “e”, vem do latim venatus e se refere ao animal mamífero da família dos cervídeos, que incluem cervos, veados, alces e renas. Já a palavra viado, com “i”, designa o homossexual masculino, empregado geralmente de forma pejorativa. Resulta de um truncamento do adjetivo transviado, freqüente na linguagem popular. Segundo Antônio Houaiss, é aquele que não obedece os padrões sociais vigentes.

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RENTE COMO PÃO QUENTE

É não perder tempo, fazer rapidamente. Tem a ver com o pão matinal da primeira refeição, pois o advérbio rente exprime proximidade, vizinhança, mas também constância, assiduidade. “O carro passou rente ao meio-fio”, “Prometo chegar bem na hora da festa, rente como pão quente”. A expressão tem tudo a ver com pressa e pontualidade, características não muito comuns em nossa gente tupiniquim. Faz lembrar a linda e saudosa Marilyn Monroe: “O dia eu sempre acerto, o problema é a hora...” ou a assessora da grande Sarah Bernhardt : “Madame, quando a senhora quiser serão oito horas” . . .
Entre nós, essa atitude leniente – e meio irresponsável – é bem diferente do que aprendemos com JK em seu esfuziante governo, que trabalhava “em ritmo de Brasília”. Depois dele, mergulhamos na pasmaceira quelônia e burocrática em que os processos não andam no Judiciário, dormem nas gavetas do Legislativo e emperram no Executivo, evocando este hilário adágio de Millôr Fernandes: “Não deixe para amanhã o que você pode fazer depois de amanhã . . .”
RAPADURA – Esse doce feito a partir do caldo de cana após a moagem, fervura, moldagem e secagem, de sabor dulcíssimo e peculiar, tem seu berço no século 16 nas Ilhas Canárias e foi exportado para a América hispânica no século 17, época de grande expansão açucareira. Também chamada de raspadura, a guloseima ganhou esse nome por se ter originado das raspas dos tachos em que se produzia o açúcar. Depois de moldadas em forma de tijolos, seguiam para a mesa dos escravos, tornando-se alimento importante no cardápio dos negros. Como seu preço é baixo, virou um dos itens mais populares da cozinha nordestina, predileção que divide com a farinha de mandioca. A vinculação do alimento às camadas de pouco poder aquisitivo e a aparência rústica dos tabletes da rapadura respondem por um rótulo ainda hoje recorrente: comida de pobre. De fato, nos tempos do Brasil Colônia, a rapadura era preterida pelas compotas e pela deliciosa doçaria portuguesa. Uma curiosidade: o consumo da rapadura no Brasil é de 1 quilo por habitante/ano. O maior consumidor mundial é a Colômbia, com 25 quilos por habitante/ano. Para os diabéticos, um tormento privar-se dela, pois é veneno para a saúde. Nada a fazer senão lamentar . . . DESCAMINHO – Muitas vezes sabemos pela mídia que criminosos do colarinho branco são presos acusados de peculato, formação de quadrilha descaminho, etc. Descaminho? O que é isso? É o desvio do caminho correto, do respeito pelas regras morais. Mais especificamente, trata-se da sonegação de impostos ou de direitos alfandegários. Consiste na importação ou exportação de mercadoria permitida por lei, mas com fraude na tributação pelo não recolhimento dos impostos devidos.
Nesse caso, cabe ao Estado o direito e o dever de cobrar, através de ação penal. Exemplo de descaminho é o transporte de gasolina da Venezuela para o Brasil, com evidente vantagem para quem negocia o produto em terras nossas, pela grande diferença de preço entre os dois países. Lá, na bomba, custa quase dez vezes menos que aqui. Como em outros casos, não se sabe que transgressores de descaminho já foram punidos em nosso país. É que a impunidade continua sendo uma das maiores vergonhas brasileiras . . .

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ORIGEM DA PALAVRA AMOR

Ela vem do latim amor, afeição, compaixão, misericórdia. Designa um vínculo emocional com alguém ou com algum objeto capaz de receber esse comportamento amoroso. Dentre outras formas, o amor pode ser físico, platônico, materno, filial, etc. O amor, para ocorrer, não leva em consideração níveis sociais, inclinações políticas, raça ou religião. Amare é a base latina para a palavra amar,como no idioma italiano até hoje. Não seriam estas poucas linhas suficientes para discorrer sobre a palavra, talvez a mais importante do vocabulário em qualquer idioma do mundo, pois ele é a alavanca, o impulso que inspira e conduz os seres humanos, inclusive no cumprimento do preceito bíblico “crescei e multiplicai-vos”, mas certamente não existe amor mais puro e profundo que o de mãe, traduzido a cada momento em ternura para os filhos, sejam eles bebês ou marmanjos...


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PEGAR NO BREU

  Breu, do francês brai, lodo, é a resina residual da terebentina.    Documentos do início da Era Cristã contam que ele era importante produto nos antigos centros comerciais da Grécia, Macedônia e Egito. O alcatrão e o breu serviam para calafetar barcos de madeira, impermeabilizar cordas e lonas, e também como combustível para tochas e outras aplicações na navegação. A expressão designa situação que não pode inverter o rumo nem retornar à etapa anterior. Entre nós, vem dos tempos em que era comum soltar muitos balões nas festas juninas, alegria da garotada. A tocha deles era feita de sacos de estopa molhados com parafina de velas derretidas; no centro da mecha havia breu, substância escura e inflamável para a produção de colas, tintas e vernizes. Como não era fácil colocar o balão no ar, ele pairava durante alguns minutos até que o fogo atingia o centro da mecha, o balão tomava força e subia rapidamente. Pegar no breu é a expressão popular que descreve o momento em que os balões pegam impulso.
No Maracanã, as torcidas muitas vezes soltam balões antes do início das partidas. Quando o balão vence a marquise da arquibancada e ganha o céu — quer dizer, pega no breu —, diz a lenda que a equipe vencerá. Se murchar e cair, a derrota será fatal. Neste caso, a cena é desanimadora e só resta rezar... VÂNDALOS – Tribo germânica que vivia no território atual da Noruega. Por volta de 330, o imperador Constantino lhe ofereceu áreas na fronteira do Império Romano, e eles por lá ficaram por quase um século. Depois, construíram um reino no norte da África centralizado em Cartago e, em 1455, atacaram Roma ameaçando incendiá-la, só não o fazendo por súplica do papa. Mesmo assim a saquearam. O berço de seu nome está na região autônoma da Andaluzia – originalmente Valdalusia e depois Al-Andalus, dominada pelos mouros, onde os vândalos se fixaram antes de partirem para a África. Hoje, a palavra vândalo designa qualquer pessoa que destrói as coisas sem razão. Vandalismo se tornou sinônimo de bárbaros saques e destruição generalizada. Há exemplos de atitudes radicais como essas em momentos de aguda tensão social. É quando fala mais alto o instinto selvagem recordando que o homem é o lobo do homem... COUNTRY – Em inglês essa palavra designa campo, mas também o próprio país em conjunto. País, em inglês, é country. Aliás, também o nome do gênero musical que, por analogia, é chamado de caipira — mas deles, nos EUA. Entre nós, o vocábulo traduz um estilo de vida e de vestir, habitual aos peões de rodeio, o chamado mundo country. Também é o nome dos clubes de gente rica. O Country Club do Rio de Janeiro, localizado em Ipanema, é a mais fechada das agremiações da cidade. Só vira sócio quem passa no teste das bolinhas, aquele em que o candidato tem o nome submetido à decisão do conselho do clube. Colocadas bolinhas brancas e pretas numa urna, só é aprovado quem não recebe nenhuma bola preta. O famoso cronista social Ibrahim Sued tentou entrar mas levou bola preta, sendo rejeitado, o que repercutiu intensamente no society carioca. Quanto à pronuncia da palavra, há quem diga que cáuntri é a forma comum de pronunciar o nome pelos mortais comuns. Já cântri é como os mauricinhos e patricinhas a pronunciam, filhos de sócios com aquele halo de sofisticação próprio dos ricaços enfastiados de tanto luxo. Ridículo é o Brasil — na linha da macaquice aos americanos — promover festivais country, até com vestuário texano, onde a música que mais se canta é Oh,Suzana...

MÁRCIO COTRIM . www.marciocotrim.com.br

VIRAR CASACA

  É troca de lado, mudar de time, abandonar certos princípios em favor de outros - Paulo Francis foi bom exemplo disso - e, no terreno político, deixar um partido político e badear-se para outro por pretextos vários. Atitude condenável, em princípio, demonstração explícita de falta de coerência nem sempre justificada.
  O berço da expressão remete a Carlos Manuel III, duque de Savóia e rei da Sardenha. Vivia o monarca em grande inquietude, ora ameaçado pela Esapnha, ora pela França. Para defender-se do assédio que ameaçava sua soberania, mudava as cores de sua casaca de gala de acordo com as cores de seus aliados do momento, fossem franceses ou espanhóis. Esse contínuo troca-troca de roupa, vestir e desvestir foi o que manteve no poder durante nada menos que 43 anos.Quanto contorcionismo!
 

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Bóson de Higgs: Entenda a Partícula de Deus

 
Bahia 360 Graus -  Dentro do Large Hadron Collider (LHC), o acelerador de partículas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), na fronteira entre Suíça e França, a maior câmera fotográfica do mundo registrou um traço probabilístico da existência dessa partícula misteriosa.  A construção do LHC custou cerca de 10 bilhões de dólares e muitos questionam se os experimentos feitos ali não seriam uma tentativa de se “brincar de Deus”. O motivo é que os cientistas tentam recriar as condições que formaram o universo, a partir do chamado Big Bang”.
Desde 2010, quando o LHC foi inaugurado, as equipes dos experimentos Atlas e CMS, analisaram 800 trilhões de colisões que ocorreram dentro do LHC, onde supercondutores aceleram, em sentidos opostos, dois feixes de energia formados por prótons até quase atingirem a velocidade da luz. Os prótons completam 11 mil voltas por segundo dentro do acelerador até colidirem de frente. Depois de tantos testes, os cientistas detectaram apenas em dois eventos que podem ter revelado o bóson de Higgs.
Conhecido como “bóson de Higgs”, essa partícula guardaria “o segredo para a existência da matéria”.  Chamada também de “partícula de Deus”, para os cientistas ela poderia ser a “chave” para entendermos de onde viemos e para onde vamos.   O nome é uma homenagem ao físico escocês Peter Higgs, que escreveu em 1964 sobre a teoria de que ela existia. Higgs é um ateu, manifestou várias vezes a reprovação ao apelido dessa partícula subatômica que recebe seu nome, temendo que ofenda pessoas religiosas.
O uso do termo se tornou mais popular após o lançamento do livro, “A Partícula de Deus” (1993), de Leon Lederma. Ele dizia que o bóson de Higgs poderia ser a chave para “desmistificar” a religião de vez.
Mas a descoberta é vista de maneira diferente pelos religiosos. A Igreja Católica, através de   Marcelo Sánchez Sorondo, teólogo e chanceler da Pontifícia Academia das Ciências do Vaticano disse que o bóson de Higgs “demonstra algo maravilhoso”. “O cientista se limita a dizer que descobriu a partícula; o crente vê o fruto da vontade de Deus”, disse Sorondo, tentando desfazer a ideia de que o avanço da ciência diminui o espaço para as crenças religiosas.
Embora os evangélicos não tenham um porta-voz oficial sobre a questão, alguns cientistas protestantes se manifestaram sobre a questão.
O Dr. Larry Vardiman, que trabalha para o Instituto de Pesquisas sobre a Criação acredita que, embora o bóson de Higgs não tenha “conotações religiosas específicas”, sua descoberta pode servir para lançar alguma luz sobre o relato bíblico da criação. Vardiman é um cientista e pesquisador nas áreas de astrofísica e geofísica.
Segundo ele: “É legítimo tentar entender como a massa, o espaço e o tempo se originaram, mas não se os processos que usamos para explicar a sua origem esquecem do Criador… A teoria do Big Bang diz que o universo começou como um ponto infinitesimal e se expandiu, criando espaço e massa bilhões de anos atrás Embora esta ideia possa parecer coerente com a descrição da criação de Gênesis 1:1, dizem que pode ter acontecido há bilhões de anos, enquanto a Bíblia diz que aconteceu em um dia de 24 horas, apenas alguns milhares de anos atrás.
A teoria também é apresentada como um evento natural, que não exigiu o envolvimento de Deus… Infelizmente, os cientistas que teriam as melhore condições para observarem a obra de Deus através de um microscópio ou de um telescópio, muitas vezes parecem ser os primeiros a negar que Ele é o Criador. Porque negam o Criador, eles não conseguem entender a explicação definitiva para o mundo que nos rodeia, mesmo que as Escrituras digam “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo são vistos claramente, sendo percebidos por meio das coisas que são feitas, mesmo seu sempiterno poder e Divindade, de modo que eles fiquem inescusáveis.” (Romanos 1:20).”
Dr. Jeff Miller, escritor e apologeta, afirmou que a descoberta de evidência para o bóson de Higgs não provam nada:
“Note-se que sem a existência desta partícula, os teóricos do Big Bang reconhecem que o Universo não podia sequer ter se formado após o Big Bang. A comprovação de sua existência não irá provar que o Universo se formou como diz a Teoria do Big Bang… Sua existência não prova que a matéria existe desde sempre ou pode trazer à existência tudo a partir do nada… E sua existência certamente não prova que as leis científicas que regem o Universo poderiam ser escritas sozinhas.
No entanto, sem a existência da partícula, os teóricos sabem que o Big Bang não poderia acontecer. Logo, a descoberta de sua existência não iria provar nada no final, mas apenas permitir que os evolucionistas possam atravessar um dos muitos abismos que ficam no caminho de sua teoria… a  criação ainda se destaca como a explicação mais lógica para a origem do Universo, pois é o modelo que corresponde a evidência científica”.
FONTE: BAHIA 360 GRAUS.

O EXAGERO NA ARTE DE SER SEXY

09/07/12 - 18:43
Sim, o caminho do excesso conduz ao palácio da sabedoria, como disse o poeta romântico inglês  William Blake(1757 — 1827) . Um cara que tinha o maior jeitão de ser assim um Beatles.
Óbvio que na existência,  vale o verso, sempre. Triste de quem morre com saúde. De quem não rala a pele em quedas tantas no rolimã do amor e da sorte.
Vale o verso para quase tudo, assina que é teu, velho Blake. Uma verdade que só não serve para uma coisa na vida.  Pense nisso. Apenas em uma ocasião, em especial, o excesso pode ser um desastre. Palavra de homem.
Sabe quando ela tenta ser sexy ao extremo?
Ai é que mora o perigo. Corre o risco de ficar  caricato ou levemente broxante. O risco de ficar parecendo manequins de sex shop: modelão over, minissaia, decote, lingerie, perfumes apurados, coreografia ensaiada, beicinhos fora de hora…
Até parecem que fizeram um curso rápido e artificial de strip. Não é por ai, calma.
Se a gente vai para a casa delas, deus mio, pior ainda: lá está o incenso exagerado e enjoativo, a luz ensaiada, os sais fervilhando na banheira _se for o caso de uma dama bem de vida_ e todo um circo que nos tira do prumo.
E haja caras de “sexy”, coisa de quem aprendeu, passo a passo, nas páginas de revistas que ensinam as mais novas posições para um orgasmo infalível! Como se o velho e bom kama-sutra e os seus mil e um bambuais fossem pouco.
Mulheres, esqueçam o kit sex shop. É mais importante uma safadeza, um charme, um suspense no olho durante um jantar, do que a extravagância propriamente dita. Se cuidar, ficar bonita, é de lei, claro, sem problema; mas não carece carregar nas tintas do desejo.
Não que tenha que acreditar na canção do Dorival Caymmi, esse gênio baiano, que aconselha a Marina não pintar sequer o rosto, que é só seu… Isso é poético, mas uma pintura, um jeito no cabelo, apreciamos, nada mais lindo, pinte sim este rosto que eu gosto e que é só seu. Pinte com todos aqueles lápis que lhe fazem uma criança brincando de colorir o desejo.
Nada como reforçar a chance que Deus lhe deu com os novos milagres da cosmética e da beleza, como naquele velho receituário de Ovídio, um poeta que sabia, em tempos romanos antes de Cristo, da arte de amar e dos remédios para o rosto da mulher.
O que não pode é exagerar da cabeça aos pés, com roupas, acessórios e badulaques que, em vez de sexy, podem estragar o encontro, a festa, a grandeza da vida, virar uma máscara contra toda e qualquer naturalidade.
Uma calcinha branca de algodão pode guardar toda a feliciade do mundo.

CIBERNÉTICA: A MORTE DAS CARTAS

  Exagero à parte, desde que o mundo é mundo, as cartas foram o mais vivoe fiel instrumento de comunicação entre os povos. Assim, por exemplo, a Bíblia, o livro mais lido em todos os tempos, está repletas de cartas, aliás, antológicas, escritas por São Paulo aos Coríntios e aos Efésios, levando a palavra de Deus e a filosofia do cristianismo.
  Na outra ponta do enfoque, elas, as cartas, fizeram história. No Brasil, por exemplo, a verdadeira certidão de nascimento de nosso país é a carta de Pero Vaz de Caminha dirigida ao rei de Portugal, comunicando "que aqui, em se plantando, tudo dá".
  Depois - se recordam muitos - quando a Força do Eixo - Itália, Japão e Alemanha - ameaçavam a liberdade em todo o planeta, Franklin Delano Roosevelt, presidente norte-americano, escreveu uma carta a Josef Stalin, primeiro-ministro russo, advertindo que "se não tivermos a coragem de sepultarmos o passado, corremos o risco de perdermos o futuro".
  Na cena política brasileira, duas cartas fizeram história: a carta-testamento de Getúlio Vargas, em 24 de agosto de1954, e a carta-renúncia de Jânio Quadros, no dia 25 de agosto de 1961. No dia do suicídio, Vargas assinalou: "Saio da vida para entrar na História". Por sua vez, Jânio Quadros, no seu estilo histriônico, alegava que "forças ocultas tramavam contra o meu governo". No universo epistolar, é bom não esqucer as cartas de amor, com juras de afeição eterna.
  O estafeta, isto é, o carteiro, era o mensageiro da "boa nova sentimental", trazendo notícias da paixão, que era alimentada, à distância, pela presença nostálgica da correspondência.
  Depois, o cancioneiro popular brasileiro exaltou a força amorosa das cartas, quando musicalizou sublime "Vai, cartinha fechada, não deixa ninguém te abrir, naquela casa caiada onde mora a letra I".
  Lamentavelmente, nostálgico leitor, a saudosa leitora, a cibernética e seus tentáculos mataram as cartas de amor, monumentos afetivos que são, hoje, apenas, "pedacinhos coloridos de saudade".

PAULO GADELHA, DESEMBARGADOR FEDERAL DO TRE DA 5ª REGIÃO.
ARTIGO DE OPINIÃO - DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 08 DE JULHO DE 2012.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

LSD

  O LSD é uma droga alucinógena cujo nome vem do alemão: LSD é o acrônimo de Lysergsäurediethylamid, correspondente a "dietilamida do ácido lisérgico". A droga é sintetizada clandestinamente a partir de um fungo do centeio (Claviceps purpurea). Como tantas outras descobertas científicas que acabaram tendo um uso danoso, o LSD foi criado em 1938 pelo químico alemão Dr. Albert Hofmann, na Suíça, na tentativa de encontrar um derivado do ácido lisérgico que fosse eficaz em impedir o sangramento excessivo após parto.

LILITH


 

  Deus criou três mulhreres, três mulheres. Ele criou. No princípio Dues criou Lilith, a primeira mulher de Adão (Gn 1.27). Depois Deus criou Eva (Gn 2.22), a segunda mulher de Adão.
  Finalmente Deus criou Maria, a mãe de seu único filho, Jesus.
  Lilith, criada a partir do mesmo barro, não quis se submeter a Adão, pois totalmente independente, afetiva e sexuaalmente, nem se subemteu ao próprio Deus. Condenada a vagar em lugares desertos e inóspitos, foi identificada com demônios, tendo sua manifestação mais clara no próprio Jardim do Éden na figura da serpente.
  Lilith está associada à luxuria e a devassidão, assim como aos abortamentos provocados, ao adultério, aos sacrifícios cuentos, à morte. Em diversas civilizações foi reconhecida como divindade feminina ligada muitas vezes à lua, pela sua inconstâancia de caáter, na Suméria está associada a uma categoria de demônios da tormenta e ventos do deserto, na Babilônia era cultuada como divindade da fertilidade e demônio por suas alterações de personalidade, ora boa ora cruel. Na Mesopotâmia era identificada a um demônio femeinino da noite portadora de doenças e até da morte. Na mitologia grega alguns estudiosos a identificaram como Hécate, a mulher escarlate, a guardiã dos infernos, montada em um gigantesco cão de três cabeças, chamado Cérbero. É, no entanto, na tradição hebraica que mais detalhes temos sobre essa personagem misteriosa, muito provavelmente banida da tradição cristã na Idade Média, por tudo que ela representa: segundo essa  tradição dos judeus, cujo primeiro contato com Lilith deve se dado durante o cativeiro da Babilônia, Lilith tinha algo em torno de 100 filhos por dia, quando nasciam meninas eram chamadas de súcubus e meninos de íncubus, que se alimentavam da energia desprendiada do ato sexual e de sangue humano (quem sabe daí não se origina a lenda dos vampiros?). Nos poucos relatos católicos medievais que sobreviveram ao tempo, algumas coisas são interessantes, como por exemplo, "ao ataque de Lilith, o possuído sentiria uma forte dor no peito, como uma vingança dela por ter sido obrigada a ficar por baixo de Adão durante o ato sexual e ainda sua vagina teria capacidade de cortar o pênis". Ao mesmo tempo em que Lilith apresenta a liberdade sexual feminina, também representa a castração masculina.
  O que espanta é o súbito interesse que tem despertado essa personagem infeliz em alguns círculos feministas e de intelectuais. Seria um sinal dos tempos ou um modismo passageiro?
  Resta a certeza de que mesmo tendo Eva caído em tentação (Gn 3.1-6), Maria esmagou a cabeça da serpente para sempre (Gn 3.15). 
AUSTERO GOMES . Artigo de Opinião. Diário de Pernambuco, 16 de maio de 2012.